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Folha de S.Paulo - Poder

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Duplicatas como Operações de Créditos: Cobrança Simples e Descontos




Tema de Fórum

Leia a seguinte matéria jornalística, disponível on-line em
http://www.dci.com.br/financas/emprestimo-com-garantia-do-fornecedor-recua--12,1-no-ano-id324787.html


Empréstimo com garantia do fornecedor recua 12,1% no ano

SÃO PAULO - O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o mês anterior.

Marcelle Gutierrez

SÃO PAULO
O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na comparação com o mês anterior, setembro, no entanto, houve expansão de 2%, de acordo com dados do Banco Central.

A justificativa, segundo executivos do mercado, está no interesse das grandes empresas por outras linhas de empréstimo, no qual o risco é dividido para toda a cadeia de distribuição.

O vendor é uma operação de crédito na qual uma empresa vendedora financia, com recursos de instituições financeiras, a venda de seus produtos ou serviços a uma companhia compradora.

O cliente do banco nessa operação é a média ou grande empresa fornecedora, que retém o risco da operação.

Adriano Milani, superintendente de Empréstimos e Financiamentos de Pessoa Jurídica do HSBC, detalha que a linha já atingiu sua maturidade. Dessa forma, os bancos começaram a criar produtos variados para o financiamento dos distribuidores e fornecedores. "Os clientes começaram a operar em outras soluções, como linhas com vantagens fiscais ou distribuição do risco."

O executivo do HSBC ressalta que o vendor ainda é procurado por alguns clientes e não deve acabar no curto prazo. Contudo, outros produtos chamam a demanda. "Temos R$ 674 milhões de saldo, então não é uma carteira desprezível. Mas menor e alguns clientes optaram pela migração."

Assumir o risco do crédito do cliente (comprador) sozinho é o principal motivo para a saída das médias e grandes empresas do vendor, segundo Milani. "Temos a linha B2B, na qual o risco está em toda a cadeia de distribuição. Há o benefício de reduzir o endividamento no balanço."

Companhias estrangeiras são exemplos, segundo o superintendente, pois precisam reportar o endividamento para a matriz e, assim, optam por alternativas.

O Banestes (Banco do Espírito Santo) opera com a carteira desde o final do primeiro semestre de 2012. A tendência é de crescimento, de acordo com o superintendente de produtos, João Carlos Bussular, mas a demanda ainda permanece por outras linhas. "Concorre com o produto de desconto e há resistência por parte dos clientes [vendedores]".

Com menos de seis meses de mercado, a operação do Banestes possui R$ 15 milhões de limite contratado. "Havia uma pressão mercadológica e lançamos para que os clientes tenham esse produto no banco", conclui Bussular.

O professor Osmar Visibelli, da Universidade Anhembi Morumbi, credita ainda o decréscimo no saldo das operações ao baixo crescimento Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. A mesma visão é compartilhada por Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Segundo Oliveira, a operação é de baixo risco para a instituição financeira. "Para a micro e pequena empresa, se teria um limite menor e juros maior, passa a ter um limite maior e menos juros."

A taxa anual, de acordo com o BC, ficou em 14% em outubro, queda de 5,9% em 12 meses.

Além dos dados do Banco Central, o decréscimo do saldo também é observado (sic) no Bradesco, que acumulava estoque de R$ 265 milhões em setembro de 2012, enquanto em 2009, em setembro, a carteira era de R$ 632 milhões. Outras instituições de capital aberto, como Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil, não detalham a operação na carteira de pessoa jurídica.

Petrobras

O programa Progredir, da Petrobras, não consiste em uma operação de vendor, pois utiliza recursos da própria companhia, que são repassados pelos bancos.

No entanto, a partir de janeiro o sistema de antecipação de faturas da estatal para seus fornecedores deve ser alterado e passará para os bancos. "Isso pode elevar um pouco o custo do empréstimo, pois o banco tem o spread", opinou Miguel de Oliveira.

Imagine a seguinte situação:

Você é o administrador financeiro de uma empresa de grande porte que produz lâmpadas e luminárias e percebe que, para as próximas semanas, não haverá recursos financeiros no caixa da empresa para fazer os pagamentos da folha de pagamentos.

Conversando com o seu diretor financeiro, ficou decidido que recursos que estavam depositados em aplicações financeiras não seriam resgatados, mesmo sabendo que a multa pela interrupção da operação não seria muito alta; mas a decisão era a de não quebrar contratos.

Você recomendaria a realização de uma operação de Vendor nos moldes em que foi exposto pela jornalista Marcelle Gutierrez acima?

 Quais são os cuidados e alternativas?

Essa situação deve ser evitada ou é parte da rotina de uma empresa de sucesso?

Observando o cenário exposto é preocupante se encontrar nessa situação, pois deixar de honrar compromissos com folha de pagamento é assunto que compromete a credibilidade da empresa junto aos seus colaboradores. Apesar dessa situação ser emergencial e ser uma das alternativas para o meu diretor, não seria a primeira alternativa à apresenta-lo.

Algumas outras opções para captar recursos, mesmo com um curto espaço de tempo, podem ser observadas para horar esse compromisso, conforme a seguir:

-  Plano de Ação nas Vendas: Implantar um plano de descontos para pagamento à vista, isto é, trocar o juro do banco com o cliente enquanto dá tempo, de maneira que é possível conseguir uma boa margem nessa operação. E condições especiais para quem fizer seu pedido dentro de 4 dias, uma quantidade (x) de produtos, exemplo: Igual promoções “ só hoje “ muito utilizadas no comercio, compra antecipada com desconto, etc.

- Aumento do Giro do Estoque: Com a implantação do plano de ação das vendas conforme mencionado anteriormente, irá ocorrer uma “queima de estoque” que irá promover um giro do estoque em um curso espaço de tempo, isto é, um aumento da margem de lucro em relação ao volume da venda, apesar dos descontos.

- Plano de Ação com Fornecedores: Repactuar alguns prazos com fornecedores visando conseguir maiores prazos dos títulos e compromissos que irão vencer na semana da folha de pagamento, sem comprometer as suas atividades, como por exemplo:   Mensalidade de Software, Honorário da Contabilidade e Mensalidade Assessoria Jurídica todos com a devida vênia.

- Interferência dos Sócios: Os sócios são agentes atuadores nas operações financeira das empresas para receber dividendos como para integralizar capitais, desse modo os sócios poderiam emprestar o dinheiro a um baixo custo financeiro ou nenhum, em alguns casos, para honrar o pagamento da folha.

E o desconto das duplicatas? Sim, eu recomendaria como “medida excepcional”, isto é, em último caso quantos todas as outras já tenham sido pautadas/tentadas, sendo somente para aquela específica operação de pagamento de folha. Pois o que ocorre em algumas empresas que adotam essa operação de financiamento que essa prática se torna comum no dia a dia das empresas, o que pode comprometer o autofinanciamento.

Sendo que tal operação financeira quando passa a fazer parte do dia a dia da organização, como sendo comum, podem incorrer no comprometimento do fluxo de caixa e do capital de giro e a disponibilidade da empresa pode diminuir.

Desse modo como administrador financeiro de uma organização responsável pela tomada de decisão, todos os aspectos e opções angariar recursos um curto espaço de tempo deve ser pautado e verificado em seus detalhes, contudo não será tarefa fácil pois irá depender da experiência do gestor e da participação dos colaboradores na aplicação dos planos de ações para o resultado financeiro.

Rodrigo Barbosa do Prado
Ciências Contábeis -  Cruzeiro do Sul

Material Complementar
O interessantíssimo texto de Lima da Silva e Porto (2012) traz-nos uma contribuição científica para fundamentar a análise dos riscos de uma operação aparentemente simples, mas tão complexa como o “desconto de duplicatas”.

XXXII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS, Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.

MENSURAÇÃO DO RISCO DE CONTRATAÇÃO DO DESCONTO DE DUPLICATAS NOS BANCOS COMERCIAIS BRASILEIROS SEGUNDO O MODELO FLEURIET DE ANÁLISE FINANCEIRA - ABORDAGENS DETERMINÍSTICA E ESTOCÁSTICA

“ A contratação do desconto de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros reserva às empresas duas repercussões nocivas à folga financeira: o deságio aplicado sobre o valor nominal de um borderô de desconto compromete a capacidade de recrudescimento do capital de giro através do autofinanciamento; o não encerramento da responsabilidade sobre o risco de inadimplemento de cada duplicata contida no borderô de desconto, mesmo após a contratação de uma operação, recrudesce a participação do passivo circulante errático no financiamento do ativo circulante. Destarte, este trabalho tem por objetivo geral explicar um procedimento capaz de mensurar o risco de contratação do desconto de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros segundo o modelo Fleuriet de análise financeira. Sobre a metodologia: esta pesquisa pode ser simultaneamente classificada como explicativa e exploratória, pois almeja tornar inteligível o processo de mensuração do risco de contratação do desconto de duplicas, assunto pouco explorado na literatura contemporânea; a apuração dos resultados teve como orientação dados secundários contidos em manuais e artigos científicos, caracterizando a técnica de pesquisa como bibliográfica. Os resultados apregoam: a mensuração do risco de contratação do desconto de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros deve ser quantitativamente abordada segundo as perspectivas determinística e estocástica; a versão determinística mensura o risco a partir da variação negativa imposta ao saldo de tesouraria; sob a hipótese de a variação do saldo de tesouraria ser tratada como uma variável de interesse incerta, a abordagem estocástica tem seu emprego justificado na necessidade de serem compreendidas as intensidades das interferências exercidas pelas variáveis de decisão estocásticas. Por ser uma modalidade de crédito capaz agravar mais intensamente a possibilidade de manifestação da patologia da administração do saldo de tesouraria conhecida por Efeito Tesoura, o desconto de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros impõe ao gestor a obrigação de saber analisar o risco de sua contratação. ”

Palavras-chaves: Bancos Comerciais, Desconto de Duplicatas, Risco de Contratação.

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