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Leia a seguinte matéria jornalística, disponível
on-line em
http://www.dci.com.br/financas/emprestimo-com-garantia-do-fornecedor-recua--12,1-no-ano-id324787.html
Empréstimo com garantia do fornecedor recua 12,1% no ano
SÃO PAULO - O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o mês anterior.
Marcelle Gutierrez
SÃO PAULO
O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
http://www.dci.com.br/financas/emprestimo-com-garantia-do-fornecedor-recua--12,1-no-ano-id324787.html
Empréstimo com garantia do fornecedor recua 12,1% no ano
SÃO PAULO - O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o mês anterior.
Marcelle Gutierrez
SÃO PAULO
O saldo das operações de vendor atingiu R$ 8,174 bilhões em outubro de 2012, recuo de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na comparação com o mês anterior, setembro, no
entanto, houve expansão de 2%, de acordo com dados do Banco Central.
A justificativa, segundo executivos do mercado,
está no interesse das grandes empresas por outras linhas de empréstimo, no qual
o risco é dividido para toda a cadeia de distribuição.
O vendor é uma operação de crédito na qual uma empresa vendedora financia, com recursos de instituições financeiras, a venda de seus produtos ou serviços a uma companhia compradora.
O cliente do banco nessa operação é a média ou
grande empresa fornecedora, que retém o risco da operação.
Adriano Milani, superintendente de Empréstimos e Financiamentos de Pessoa Jurídica do HSBC, detalha que a linha já atingiu sua maturidade. Dessa forma, os bancos começaram a criar produtos variados para o financiamento dos distribuidores e fornecedores. "Os clientes começaram a operar em outras soluções, como linhas com vantagens fiscais ou distribuição do risco."
O executivo do HSBC ressalta que o vendor ainda é procurado por alguns clientes e não deve acabar no curto prazo. Contudo, outros produtos chamam a demanda. "Temos R$ 674 milhões de saldo, então não é uma carteira desprezível. Mas menor e alguns clientes optaram pela migração."
Assumir o risco do crédito do cliente (comprador) sozinho é o principal motivo para a saída das médias e grandes empresas do vendor, segundo Milani. "Temos a linha B2B, na qual o risco está em toda a cadeia de distribuição. Há o benefício de reduzir o endividamento no balanço."
Companhias estrangeiras são exemplos, segundo o superintendente, pois precisam reportar o endividamento para a matriz e, assim, optam por alternativas.
O Banestes (Banco do Espírito Santo) opera com a carteira desde o final do primeiro semestre de 2012. A tendência é de crescimento, de acordo com o superintendente de produtos, João Carlos Bussular, mas a demanda ainda permanece por outras linhas. "Concorre com o produto de desconto e há resistência por parte dos clientes [vendedores]".
Com menos de seis meses de mercado, a operação do
Banestes possui R$ 15 milhões de limite contratado. "Havia uma pressão
mercadológica e lançamos para que os clientes tenham esse produto no
banco", conclui Bussular.
O professor Osmar Visibelli, da Universidade Anhembi Morumbi, credita ainda o decréscimo no saldo das operações ao baixo crescimento Produto Interno Bruto (PIB) em 2012. A mesma visão é compartilhada por Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
Segundo Oliveira, a operação é de baixo risco para
a instituição financeira. "Para a micro e pequena empresa, se teria um
limite menor e juros maior, passa a ter um limite maior e menos juros."
A taxa anual, de acordo com o BC, ficou em 14% em outubro, queda de 5,9% em 12 meses.
Além dos dados do Banco Central, o decréscimo do saldo também é observado (sic) no Bradesco, que acumulava estoque de R$ 265 milhões em setembro de 2012, enquanto em 2009, em setembro, a carteira era de R$ 632 milhões. Outras instituições de capital aberto, como Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil, não detalham a operação na carteira de pessoa jurídica.
Petrobras
O programa Progredir, da Petrobras, não consiste em uma operação de vendor, pois utiliza recursos da própria companhia, que são repassados pelos bancos.
No entanto, a partir de janeiro o sistema de
antecipação de faturas da estatal para seus fornecedores deve ser alterado e
passará para os bancos. "Isso pode elevar um pouco o custo do empréstimo,
pois o banco tem o spread", opinou Miguel de Oliveira.
Imagine a seguinte situação:
Você é o administrador financeiro de uma empresa de grande porte que produz lâmpadas e luminárias e percebe que, para as próximas semanas, não haverá recursos financeiros no caixa da empresa para fazer os pagamentos da folha de pagamentos.
Conversando com o seu diretor financeiro, ficou decidido que recursos que estavam depositados em aplicações financeiras não seriam resgatados, mesmo sabendo que a multa pela interrupção da operação não seria muito alta; mas a decisão era a de não quebrar contratos.
Você recomendaria a realização de uma operação de Vendor nos moldes em que foi exposto pela jornalista Marcelle Gutierrez acima?
Quais são os cuidados e alternativas?
Essa situação deve ser
evitada ou é parte da rotina de uma empresa de sucesso?
Observando o cenário
exposto é preocupante se encontrar nessa situação, pois deixar de honrar compromissos
com folha de pagamento é assunto que compromete a credibilidade da empresa
junto aos seus colaboradores. Apesar dessa situação ser emergencial e ser uma
das alternativas para o meu diretor, não seria a primeira alternativa à apresenta-lo.
Algumas outras opções
para captar recursos, mesmo com um curto espaço de tempo, podem ser observadas
para horar esse compromisso, conforme a seguir:
- Plano
de Ação nas Vendas: Implantar um plano de descontos para pagamento à vista,
isto é, trocar o juro do banco com o cliente enquanto dá tempo, de maneira que
é possível conseguir uma boa margem nessa operação. E condições especiais para
quem fizer seu pedido dentro de 4 dias, uma quantidade (x) de produtos,
exemplo: Igual promoções “ só hoje “ muito utilizadas no comercio, compra
antecipada com desconto, etc.
- Aumento do Giro do Estoque: Com a implantação do plano de ação das
vendas conforme mencionado anteriormente, irá ocorrer uma “queima de estoque”
que irá promover um giro do estoque em um curso espaço de tempo, isto é, um
aumento da margem de lucro em relação ao volume da venda, apesar dos descontos.
- Plano de Ação com Fornecedores: Repactuar alguns prazos com fornecedores
visando conseguir maiores prazos dos títulos e compromissos que irão vencer na
semana da folha de pagamento, sem comprometer as suas atividades, como por
exemplo: Mensalidade de Software, Honorário da
Contabilidade e Mensalidade Assessoria Jurídica todos com a devida vênia.
- Interferência dos Sócios: Os sócios são agentes atuadores nas
operações financeira das empresas para receber dividendos como para
integralizar capitais, desse modo os sócios poderiam emprestar o dinheiro a um baixo
custo financeiro ou nenhum, em alguns casos, para honrar o pagamento da folha.
E o desconto das duplicatas? Sim, eu recomendaria como “medida excepcional”, isto é, em
último caso quantos todas as outras já tenham sido pautadas/tentadas, sendo
somente para aquela específica operação de pagamento de folha. Pois o que
ocorre em algumas empresas que adotam essa operação de financiamento que essa
prática se torna comum no dia a dia das empresas, o que pode comprometer o autofinanciamento.
Sendo que tal operação
financeira quando passa a fazer parte do dia a dia da organização, como sendo
comum, podem incorrer no comprometimento do fluxo de caixa e do capital de giro
e a disponibilidade da empresa pode diminuir.
Desse modo como administrador
financeiro de uma organização responsável pela tomada de decisão, todos os
aspectos e opções angariar recursos um curto espaço de tempo deve ser pautado e
verificado em seus detalhes, contudo não será tarefa fácil pois irá depender da
experiência do gestor e da participação dos colaboradores na aplicação dos
planos de ações para o resultado financeiro.
Rodrigo Barbosa do
Prado
Ciências Contábeis - Cruzeiro do Sul
Material
Complementar
O interessantíssimo
texto de Lima da Silva e Porto (2012) traz-nos uma contribuição científica para
fundamentar a análise dos riscos de uma operação aparentemente simples, mas tão
complexa como o “desconto de duplicatas”.
XXXII ENCONTRO NACIONAL
DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade
Social: As Contribuições da Engenharia de Produção
Bento Gonçalves, RS,
Brasil, 15 a 18 de outubro de 2012.
MENSURAÇÃO DO RISCO DE CONTRATAÇÃO DO DESCONTO DE
DUPLICATAS NOS BANCOS COMERCIAIS BRASILEIROS SEGUNDO O MODELO FLEURIET DE
ANÁLISE FINANCEIRA - ABORDAGENS DETERMINÍSTICA E ESTOCÁSTICA
“ A contratação do
desconto de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros reserva às empresas
duas repercussões nocivas à folga financeira: o deságio aplicado sobre o valor
nominal de um borderô de desconto compromete a capacidade de recrudescimento do
capital de giro através do autofinanciamento; o não encerramento da
responsabilidade sobre o risco de inadimplemento de cada duplicata contida no
borderô de desconto, mesmo após a contratação de uma operação, recrudesce a
participação do passivo circulante errático no financiamento do ativo
circulante. Destarte, este trabalho tem por objetivo geral explicar um
procedimento capaz de mensurar o risco de contratação do desconto de duplicatas
nos bancos comerciais brasileiros segundo o modelo Fleuriet de análise
financeira. Sobre a metodologia: esta pesquisa pode ser simultaneamente
classificada como explicativa e exploratória, pois almeja tornar inteligível o
processo de mensuração do risco de contratação do desconto de duplicas, assunto
pouco explorado na literatura contemporânea; a apuração dos resultados teve
como orientação dados secundários contidos em manuais e artigos científicos,
caracterizando a técnica de pesquisa como bibliográfica. Os resultados
apregoam: a mensuração do risco de contratação do desconto de duplicatas nos
bancos comerciais brasileiros deve ser quantitativamente abordada segundo as
perspectivas determinística e estocástica; a versão determinística mensura o
risco a partir da variação negativa imposta ao saldo de tesouraria; sob a
hipótese de a variação do saldo de tesouraria ser tratada como uma variável de
interesse incerta, a abordagem estocástica tem seu emprego justificado na
necessidade de serem compreendidas as intensidades das interferências exercidas
pelas variáveis de decisão estocásticas. Por ser uma modalidade de crédito
capaz agravar mais intensamente a possibilidade de manifestação da patologia da
administração do saldo de tesouraria conhecida por Efeito Tesoura, o desconto
de duplicatas nos bancos comerciais brasileiros impõe ao gestor a obrigação de
saber analisar o risco de sua contratação. ”
Palavras-chaves:
Bancos Comerciais, Desconto de Duplicatas, Risco de Contratação.
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